Sarcomas são um grupo heterogêneo de tumores que engloba três grandes grupos: partes moles, ossos e GIST (tumor do estroma gastrointestinal).
Os sarcomas de partes moles são tumores raros que se originam em “tecidos moles” como músculos, ossos, tendões, vasos sanguíneos, células de gordura e cartilagem – e, por isso, podem afetar qualquer parte do corpo.
Existem cerca de 100 subtipos de sarcomas, mas eles são raros e representam menos de 2% de todos os cânceres na idade adulta. No Brasil, há poucos estudos epidemiológicos sobre a doença, mas a comparação de dados regionais com bancos de dados internacionais mostra que a incidência e prognóstico destes tumores é semelhante no país e no resto do mundo.
Cerca de 50% dos sarcomas de partes moles se originam em braços e pernas, 40% em tronco e 10% em cabeça e pescoço. O trato digestivo também pode ser acometido, assim como a parte posterior do abdômen (retroperitônio) e o sistema reprodutor feminino (sarcomas ginecológicos).
Suas causas são desconhecidas na maioria dos pacientes, embora uma pequena porcentagem de casos seja relacionada a fatores como síndromes genéticas hereditárias (tais como neurofibromatose ou doença de von Recklinghausen, síndrome de Gardner, síndrome de Li-Fraumeni, retinoblastoma, síndrome de Werner, síndrome de Gorlin e esclerose tuberosa), enfraquecimento do sistema imunológico em razão de infecção por HIV e exposição à radiação e a agentes químicos.
Os subtipos mais relevantes entre os sarcomas de partes moles são:
Os subtipos mais relevantes entre os sarcomas de partes moles são:
Os sintomas dependem do tipo de sarcoma de partes moles e do local afetado. Geralmente, o primeiro sinal é uma nodulação indolor. Tumores a partir de 5 cm devem ser considerados suspeitos e avaliados por um profissional experiente.
Em geral, os sarcomas de partes moles são assintomáticos em suas fases iniciais. À medida que o tumor nas partes moles se desenvolve, nota-se o aumento no volume da área acometida, assim como possível edema e alteração na sensibilidade local. Dores surgem quando o tumor cresce e pressiona os nervos – nestes casos, pode haver a manifestação de dificuldade motora.
Os tumores que partem do trato digestivo podem causar sangramento nas fezes, vômito e anemia, além de dores abdominais.
O diagnóstico de sarcomas de partes moles começa com o exame físico a partir da observação de alguns dos sintomas. Exames de sangue são realizados para ajudar a detectar a doença, e os exames de imagem, como tomografia computadorizada, ressonância magnética e PET-TC, podem ser necessarios para avaliar o tumor e mensurar r tanto a extensão da doença local quanto se existe disseminaçaopara outras partes do corpo (as chamadas metástases).
Após a análise de imagem, o diagnóstico é fechado por meio de biópsia, que consiste na retirada de uma amostrado tumor e análise em laboratório para confirmação do subtipo, grau de agressividade e características moleculares que possam ajudar no tratamento.
A baixa incidência, seu amplo espectro de subtipos, comportamentos biológicos e ubiquidade tornam o manejo dos sarcomas de partes moles desafiador. Por isso, o tratamento deve ser feito em um ambiente multidisciplinar, com equipes de especialistas experientes.
O tratamento depende do tipo, tamanho e local do tumor e pode utilizar as três modalidades mais comuns em oncologia:
Para tumores localizados – aqueles que não se disseminaram para outros órgãos ou tecidos –, a cirurgia de retirada da lesão é sempre preconizada quando factivel. . Quimioterapia e radioterapia podem ser usadas antes (como neoajuvantes) ou depois (adjuvantes) da cirurgia, com o objetivo de aumentar a chance de cura ou diminuir o risco de recidiva (volta do tumor).
Já em sarcomas localmente avançados ou metastáticos, o tratamento principal é o sistêmico, baseado em quimioterapia, imunoterapia ou terapias-alvo. A escolha das medicações depende do tipo de tumor e das condições clínicas do paciente.
Em alguns casos, radioterapia e cirurgia podem ser usadas para controlar os sintomas e as metástases.
O tratamento é um percurso que, além de medicamentos, cirurgia e radioterapia, inclui consultas regulares com exames de sangue, de imagem e avaliação clínica pelo médico. A frequência e a duração do tratamento são avaliadas individualmente.
Sempre que possível, a opção de participar de um estudo clínico deve ser avaliada. Os estudos clínicos são importantes porque tentam encontrar novos tratamentos para o câncer e testar sua eficácia e segurança em comparação aos tratamentos já existentes. Pacientes que fazem parte de um estudo clínico podem receber o tratamento padrão ou serem os primeiros a usar novas opções terapêuticas, melhorando o tratamento e entendimento sobre o câncer.
A maior parte dos sarcomas de partes moles não tem fator de risco conhecido, o que torna difícil a prevenção. Não existe um exame de rotina que ajude a detectar a doença.
Para quem é portador das síndromes genéticas hereditárias relacionadas à doença, exames de rastreio regulares podem ajudar no diagnóstico precoce desses tumores e resultar em maior chance de cura no tratamento. O aconselhamento genético por especialista se faz fundamental.
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