O peritônio é a maior membrana do corpo: reveste o interior do abdome, abrangendo e protegendo todos os órgãos nele contidos (intestino, fígado, estômago e ovários, entre outros). Formado por células epiteliais, o peritônio produz um fluido que ajuda os órgãos a se moverem suavemente dentro do abdômen.
O câncer de peritônio é raro e não é o mesmo que câncer intestinal ou de estômago. Também não deve ser confundido com cânceres que atingem o peritônio de forma secundária, após terem iniciado em outros órgãos.
O acometimento secundário do peritônio decorre da proximidade anatômica do peritônio com os órgãos abdominais, principalmente dos, o que pode levar a uma semelhança no comportamento e tratamento do câncer primário de peritônio e do câncer de ovário.
Esse tipo de câncer atinge quase exclusivamente mulheres após a menopausa (cerca de 70% das mulheres são diagnosticadas em idades avançadas). O câncer peritoneal pode ocorrer em qualquer parte do espaço abdominal.
Este tipo de tumor pode ser primário ou secundário, designações que se referem ao local de início do câncer e não tem relação com a gravidade.
Estima-se que entre 15% e 20% das pessoas com câncer colorretal desenvolverão metástases no peritônio, ao passo que de 10% a 15% dos pacientes com câncer de estômago tendem a se disseminar para o peritônio.
Os sintomas do câncer no peritônio são vagos e, quando ocorrem, geralmente a doença encontra-se em maior volume. Muitos dos seguintes sinais e sintomas são causados pelo acúmulo de líquido (chamado de ascite) no abdome:
Importante ressaltar que esses sinais e sintomas devem ser valorizados quando se tornam persistentes ou recorrentes, ou de intensidade moderada a forte.
Pode ser difícil detectar o câncer de peritônio nos estágios iniciais. Não raramente, o câncer de peritônio secundário é identificado durante a cirurgia para remover o tumor primário, como intestino, estômago ou ovários.
Após o exame clínico, o médico irá solicitar uma série de exames para definir um diagnóstico. Os principais são:
– Exames de imagem – são úteis na avaliação de pacientes com sintomas sugestivos de carcinomatose peritoneal, que é o termo utilizado genericamente quando há câncer no peritônio, primário ou secundário. A tomografia computadorizada ou ressonância magnética do abdome e da pelve pode confirmar a presença de doença nova ou recorrente no peritônio. Também são feitos para avaliar a extensão da doença no abdome. O PET Scan tem menor acurácia para o estudo do peritônio, mas pode ser solicitado para avaliar se a doença em investigação acometeu tecidos ou órgãos fora do peritônio.
– Laparoscopia / Biópsia – a laparoscopia é o exame de escolha para confirmar o diagnóstico e determinar a estratégia terapêutica. Trata-se de um procedimento minimamente invasivo em que, por meio de pequenas incisões, amostras do tumor são retiradas e encaminhadas ao patologista para confirmação microscópica do diagnóstico (biópsia). O fluido da cavidade abdominal também pode ser coletado para verificar a presença de células cancerosas. O procedimento é útil para avaliar a extensão da doença na cavidade peritoneal;
– Exames laboratoriais – podem ser feitos exames de sangue para dosar substâncias que podem estar sendo produzidas pelo câncer de peritônio, como, por exemplo, o CA-125. Como o CA-125 pode estar alto por outros motivos, incluindo doenças benignas, o exame de sangue isoladamente não confirma o diagnóstico.
A decisão sobre o melhor tratamento para o câncer peritoneal depende de fatores como o estágio e o grau do câncer, o tamanho e sua localização. Idade e saúde geral do paciente também contam.
Os tratamentos para câncer peritoneal incluem:
As causas do câncer primário de peritônio não estão bem definidas. Nos casos de câncer secundário do peritônio, células tumorais de outros órgãos chegam ao peritônio, onde se instalam e proliferam. As medidas preventivas são aquelas adotadas para os tumores causadores do acometimento secundário do peritônio, como ovários, intestino e estômago, por exemplo.
Fatores de risco que podem estar relacionados com o surgimento de câncer no peritônio em mulheres são uso de hormônios após a menopausa, presença de endometriose e obesidade.
Mulheres com risco de câncer de ovário também apresentam risco aumentado de câncer peritoneal. Isso é ainda mais provável se a paciente tiver as mutações genéticas BRCA1 e BRCA2. A idade avançada é outro fator de risco para câncer peritoneal.
Um fator evitável que aumenta o risco de tumores de peritônio é a exposição ao amianto (nome comercial do asbesto). Evitá-la, portanto, pode ser uma forma de prevenir a doença.
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