Linfoma de Hodgkin, também chamado de Doença de Hodgkin, é um tipo de câncer que tem origem no sistema linfático – um conjunto formado por órgãos (linfonodos ou gânglios) e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que conduzem estas células pelo corpo.
O linfoma surge quando os linfócitos, presentes nos linfonodos e que têm a função de proteger o organismo contra bactérias, vírus e outros perigos, se transformam em uma célula maligna chamada célula de Reed-Sternberg. É ela que desencadeia a reação inflamatória geradora de um aglomerado de células malignas e normais que formam a massa tumoral.
No linfoma de Hodgkin, as células se multiplicam descontroladamente e se espalham de forma ordenada de um grupo de linfonodos para outro, por meio dos vasos linfáticos. Com o passar do tempo, podem se disseminar para tecidos próximos e, se não tratadas, para outras partes do corpo.
A doença costuma surgir com maior frequência nos gânglios linfáticos das regiões do pescoço, do tórax e das axilas. Os homens têm maior propensão a desenvolver o linfoma de Hodgkin do que as mulheres, e as faixas etárias em que os casos são mais comuns são dos 15 aos 39 anos e dos 75 anos em diante.
Para 2020, o INCA (Instituto Nacional de Câncer) estimou 12.030 novos casos de linfoma não Hodgkin no Brasil. Em nível mundial, o número de novos casos desse tipo de linfoma apresentado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para 2020 foi 83.087.
Existem dois tipos de linfoma de Hodgkin:
Os sintomas do linfoma de Hodgkin dependem de sua localização. Caso se desenvolva em linfonodos superficiais do pescoço, axilas e virilha, formam-se ínguas (inchaços) indolores locais. Se ocorrer na região do tórax, podem surgir tosse, falta de ar e dor torácica. Na pelve ou no abdômen, os sintomas costumam ser desconforto e distensão abdominal.
Outros sinais de alerta que podem se somar aos sintomas localizados são os sintomas sistêmicos: febre, cansaço, suor noturno, perda de peso sem motivo aparente e coceira no corpo.
Observados os sintomas do linfoma de Hodgkin, a próxima etapa é confirmar seu diagnóstico e tipo/subtipo. É feita uma biópsia da região afetada, com a retirada de uma pequena parte ou de todo o linfonodo, e seu exame patológico.
O ideal é a realização da biópsia excisional, que é a remoção inteira do linfonodo ou tecido acometido – dessa forma, preserva-se a arquitetura do linfonodo, o que facilita sua classificação. Em determinadas situações, porém, a biópsia incisional (remoção de uma pequena parte do tecido afetado) pode ser a melhor alternativa.
Também são necessários exames de imagem para determinar a extensão da doença, ou seja, o estadiamento em que o linfoma se encontra. Atualmente, o PET-CT é o teste indicado para essa função; no entanto, como ele não está disponível na maior parte dos centros de saúde do Brasil, a tomografia computadorizada com contraste pode ser utilizada para o mesmo fim. A radiografia de tórax pode detectar a presença de acometimento mediastinal.
Uma biópsia de medula óssea deverá ser realizada apenas nos casos em que não tenha sido possível o exame de PET-CT e pela tomografia tenha sido detectado estádio IB-IIB, III ou IV. Não é necessário realizar a biópsia da medula óssea nos estádios IA e IIA.
O estadiamento do linfoma de Hodgkin é classificado de um a quatro em algarismos romanos (I, II, III e IV), acompanhado de A ou B – sendo A a ausência de sintomas sistêmicos (febre, cansaço, suor noturno, perda de peso sem motivo aparente e coceira no corpo) e B a presença de sintomas sistêmicos.
Quanto à numeração, a classificação é:
O tratamento clássico do linfoma de Hodgkin é a poliquimioterapia (quimioterapia com múltiplas drogas), com ou sem radioterapia associada. A quantidade de ciclos dependerá da avaliação do estádio inicial do tumor e o resultado do PET-CT interino, e o esquema ou protocolo de rotina é denominado ABVD. A sigla identifica as iniciais das medicações utilizadas: Adriamicina, Bleomicina, Vimblastina e Dacarbazina, algumas vezes associadas ao Brentuximabe Vedotin. A Bleomicina não é utilizada em pacientes com estádios avançados e de alto risco.
Caso haja retorno da doença ou não haja resposta ao tratamento, as alternativas são poliquimioterapia e transplante da medula óssea.
Aproximadamente 70 a 80% dos pacientes são curados atualmente.
Não há uma forma efetiva de prevenção para o linfoma de Hodgkin.
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