Tipos de Câncer

Esôfago

O câncer de esôfago não causa sintomas em seu estágio inicial. Dificuldade de deglutição, perda de peso e dor no peito são alguns dos sintomas principais. Consumo de bebidas muito quentes, alcoólicas e tabagismo são fatores de risco.

Sick mature woman with sore throat, standing in living room at h
Dificuldade de deglutição, perda de peso e dor no peito são alguns dos sintomas principais do câncer de esôfago.

Navegação Rápida

O que é o câncer de esôfago

câncer de esôfago surge quando as células do revestimento desse tubo muscular, que liga a garganta ao estômago, começam a crescer descontroladamente. Ele pode se originar em qualquer ponto do esôfago e se infiltrar nas camadas adjacentes. No Brasil, o tipo mais frequente é o carcinoma epidermóide (CEC), responsável por cerca de 96% dos casos. Esse tipo de câncer é mais comum em homens do que em mulheres, tanto no Brasil quanto no mundo. No Brasil, o câncer de esôfago é o sexto mais frequente entre os homens e o 15º entre as mulheres, e apresenta alta taxa de mortalidade (em ambos os casos, excetuando-se o câncer de pele não melanoma), principalmente quando diagnosticado em estágios avançados.

Tipos de câncer de esôfago

Existem dois tipos principais de câncer de esôfago, com base no tipo de célula em que se inicia:

  • Carcinoma de células escamosas – O câncer que começa na camada interna do esôfago (mucosa). Ele pode ocorrer em qualquer lugar ao longo do esôfago, mas é mais comum na região superior (esôfago cervical) e no terço médio do esôfago.
  • Adenocarcinoma – O câncer que começa nas células da glândula,  que produzem muco. São frequentemente encontrados no terço inferior do esôfago.

Outros tipos de câncer também podem ocorrer no esôfago, incluindo linfomas, melanomas e sarcomas, mas são muito raros.

Sintomas do câncer de esôfago

A maioria dos cânceres de esôfago não causa sintomas em fases iniciais, e o diagnóstico em pessoas assintomáticas é raro e geralmente incidental.

Os sintomas frequentes do câncer de esôfago são:

  • Dificuldade de deglutição – é o sintoma mais comum do câncer de esôfago. A disfagia (sensação de que a comida está presa na garganta ou no peito e dificuldade de engolir) é  causada  pela obstrustrução da passagem dos alimentos e líquidos pelo tumor. Quando a deglutição se torna difícil, as pessoas costumam mudar os hábitos alimentares, passam a comer pequenas porções, alimentos mais pastosos e a mastigar os alimentos lentamente;
  • Dor no peito – algumas pessoas descrevem uma sensação de pressão ou queimação no peito. Esses sintomas são frequentemente causados por outros problemas, como refluxo, e raramente são vistos como um sinal de câncer;
  • Perda de peso – muitas pessoas com câncer de esôfago perdem peso  de forma involuntária, sem causa aparente ou mudança de dieta. Isso ocorre pelos problemas de deglutição, redução do apetite e  aumento no metabolismo basal do paciente. A perda de peso pode chegar a até 10% ou mais do peso corporal.

Sinais que exigem atenção: Além da dificuldade para engolir, sintoma mais comum, podem indicar a presença da doença, como rouquidão persistente, tosse frequente, vômitos e, em casos mais graves, sangramento.

É importante ressaltar que a presença de um ou mais desses sintomas não necessariamente indica câncer de esôfago. No entanto, é fundamental procurar um médico, especialmente diante de dificuldades para engolir, para uma avaliação adequada.

Diagnóstico do câncer de esôfago

Diante de um conjunto de sintomas, o primeiro exame para confirmar uma suspeita de câncer de esôfago é a endoscopia digestiva alta (EDA) com biópsia. Após confirmado o diagnóstico, devem ser feitos exames de imagem, com intuito de estadiamento, que irão orientar a melhor estratégia para combater a doença. Os mais usuais são:

  • Endoscopia – exame realizado com o paciente sedado em que um endoscópio com câmera avalia as paredes do esôfago. Durante a endoscopia, são retirados fragmentos de lesões identificadas;
  • Ultrassom endoscópico – uma sonda que emite ondas sonoras fica no final de um endoscópio. Este teste é feito ao mesmo tempo que a endoscopia digestiva alta e é útil para determinar o tamanho de um câncer de esôfago e o quanto ele cresceu em áreas próximas. Também ajuda a mostrar se os gânglios linfáticos foram afetados pelo câncer;
  • Broncoscopia – pode ser feita para avaliar tumores que estão localizados na parte superior do esôfago. O intuito é ver se está próximo à traqueia ou brônquios (tubos que conduzem o ar da traqueia aos pulmões);
  • Toracoscopia e laparoscopia – são exames invasivos, feitos sob anestesia, que permitem que o médico  avalie os gânglios linfáticos e outros órgãos próximos ao esôfago dentro do tórax (por toracoscopia) ou no abdômen (por laparoscopia) por meio de uma câmera e com amostras de biópsia. São exames realizados de forma mais rara.;
  • Tomografia computadorizada (TC) – a TC de tórax, abdome e pelve desempenha um papel crucial na detecção de linfonodos aumentados (geralmente por invasão da doença), de metástases a distância e também na avaliação da extensão local do tumor.

A biópsia, procedimento no qual o médico remove um pequeno pedaço de tecido com um instrumento durante a endoscopia, deve sempre ser realizada. É por meio dela que o diagnóstico do câncer no esôfago pode ser confirmado, e também é importante para a pesquisa de alterações moleculares que podem contribuir na escolha do melhor tratamento.

Tratamento para o câncer de esôfago

O tratamento do câncer de esôfago pode ser feito com cirurgia, radioterapia e quimioterapia, de forma isolada ou combinada, de acordo com o estágio da doença e as condições clínicas do paciente. A imunoterapia também pode ser usada em casos selecionados.

Para alguns cânceres em estágios iniciais, a cirurgia pode ser usada para tentar remover o câncer e parte do tecido circundante normal. Pode ser combinada com outros tratamentos, como quimioterapia e/ou radioterapia.

esofagectomia é um procedimento cirúrgico feito para remover parte ou a maior parte do esôfago, e tem o potencial de curar a doença. O comprimento do esôfago a ser removido depende do estágio do tumor e de onde ele está localizado. Durante a cirurgia, os gânglios linfáticos próximos também são removidos. Em seguida, são analisados no laboratório para ver se foram acometidos porcélulas cancerosas.

radioterapia, procedimento que usa raios de alta energia (como raios X) ou partículas para destruir as células cancerosas, muitas vezes é utilizada de forma combinada no tratamento do câncer de esôfago. Pode ser usada antes da cirurgia (e junto com a quimioterapia, se possível), para tentar diminuir o câncer e torná-lo mais fácil de ser removido (tratamento neoadjuvante). Se for feita após a cirurgia, e associada à quimioterapia, tem o objetivo de matar quaisquer células cancerosas residuais. A estratégia de tratamento combinado de radioterapia e quimioterapia pode ser realizada também de forma isolada, sem a cirurgia.

Já a quimioterapia consiste na administração de medicamentos por via intravenosa (injeção na veia). Apesar de, em casos isolados, não ser suficiente para a cura, a quimioterapia é frequentemente combinada com a radioterapia para aumentar as chances de sucesso do tratamento.

Sua aplicação pode ocorrer em diferentes etapas:

  • Após a cirurgia: com o objetivo de eliminar células cancerígenas que não foram detectadas durante o procedimento cirúrgico.
  • Antes da cirurgia: para reduzir o tamanho do tumor, facilitando sua remoção.

imunoterapia é um tratamento realizado de forma intravenosa com medicações que bloqueiam proteínas regulatórias específicas do sistema imunológico do próprio paciente. O objetivo deste tratamento é aumentar a efetividade das células imunes no combate ao tumor.  A mesma pode ser usada em casos em que células cancerígenas são encontradas na peça cirúrgica após tratamento com quimioterapia e imunoterapia.

Em casos avançados, a quimioterapia por ser um tratamento sistêmico, contribui no combate ao tumor local, bem como no câncer localizado em outros órgãos. A imunoterapia pode ser associada em casos selecionados.

Prevenção do câncer de esôfago

O consumo de bebidas muito quentes, como chimarrão e café, acima de 65°C, aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de esôfago devido aos danos celulares ocasionados pelo calor excessivo. Da mesma forma, as bebidas alcoólicas estão fortemente associadas ao aumento do risco de desenvolvimento da doença, já que o etanol é convertido em acetoaldeído, um agente carcinógeno para humanos.

Além disso, a obesidade contribui para o aumento do risco de câncer de esôfago por diversos mecanismos, incluindo o refluxo gastroesofágico e alterações metabólicas. Por outro lado, o tabagismo é o principal fator de risco para o câncer de esôfago, sendo responsável por cerca de 85% dos casos, pois as substâncias tóxicas presentes no cigarro danificam o revestimento do esôfago, aumentando significativamente o risco de desenvolvimento de células cancerosas.

Principais fatores associados ao câncer de esôfago:

  • Consumo de bebidas muito quentes, acima de 65º;
  • Consumo de álcool;
  • Excesso de gordura corporal (refluxo e alterações metabólicas causadas pelo peso);
  • Tabagismo;
  • Exposição a ambientes com radiação ionizantes (raio X e Gama).

Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de esôfago traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento ele não é recomendado.

Compartilhe

Ou compartilhe o link

https://medclinica.com.br/tipos-de-cancer/esofago

Tipos de Câncer

Conheça a nossa série de conteúdos relacionado aos tipos de câncer.

Conteúdos Relacionados

Agende a sua consulta

Dúvidas?

Mande um e-mail
atendimento@medclinica.com.br

Entre em contato
(21) 2742 – 6454

Todos os direitos reservados © 2025 | Medclínica - Oncologia & Terapia Infusional

×