O câncer de pâncreas é uma doença silenciosa e desafiadora, que se desenvolve quando as células do pâncreas sofrem mutações e passam a se multiplicar de forma descontrolada. Esse órgão essencial atua na digestão dos alimentos e na regulação da glicose no sangue, sendo dividido em três regiões: cabeça, corpo e cauda. A forma mais comum dessa neoplasia é o adenocarcinoma, responsável por cerca de 90% dos casos diagnosticados, principalmente na região da cabeça do pâncreas.
Embora raro, o câncer de pâncreas está entre os tipos mais letais, justamente por ser de difícil detecção precoce. No Brasil, representa aproximadamente 2% de todos os cânceres diagnosticados e responde por cerca de 4% das mortes relacionadas à doença. A incidência aumenta significativamente com a idade, especialmente após os 60 anos.
Alguns fatores podem aumentar as chances de desenvolver a doença, como:
Tabagismo;
Obesidade ou sobrepeso;
Diabetes mellitus;
Pancreatite crônica;
Exposição a certos agentes químicos em ambientes de trabalho.
Além disso, fatores genéticos e hereditários também podem contribuir:
Idade avançada;
Sexo masculino;
Ancestralidade africana;
Histórico familiar da doença;
Presença de síndromes hereditárias (como BRCA1/BRCA2, síndrome de Lynch, Peutz-Jeghers e FAMMM).
Nos estágios iniciais, o câncer pancreático pode não causar sintomas, o que dificulta sua detecção precoce. Quando os sinais aparecem, já podem indicar uma fase mais avançada da doença. Os principais sintomas do câncer de pâncreas incluem:
Fraqueza e cansaço;
Perda de peso sem causa aparente;
Falta de apetite;
Dor abdominal ou nas costas;
Icterícia (pele e olhos amarelados);
Urina escura e fezes esbranquiçadas;
Náuseas persistentes;
Trombose venosa profunda;
Diabetes de início recente ou piora súbita de um diabetes antigo.
Importante destacar: o surgimento recente do diabetes pode ser um sinal de alerta. Estudos mostram que até 88% dos pacientes diagnosticados com câncer de pâncreas já apresentavam diabetes em um período de até dois anos antes do diagnóstico da neoplasia.
O diagnóstico é feito com base em uma combinação de exames clínicos, laboratoriais e de imagem. Inicialmente, o médico realiza a anamnese e o exame físico. A partir daí, são solicitados exames como:
Exames de sangue, incluindo marcadores tumorais como CA 19-9 e CEA;
Tomografia computadorizada, ressonância magnética e PET Scan, que ajudam a localizar e avaliar o tumor;
Colangiopancreatografia, que avalia os dutos biliares e pancreáticos;
Angiografia, para análise dos vasos sanguíneos da região;
Biópsia, que pode ser percutânea, endoscópica ou cirúrgica, confirmando a presença de células cancerígenas.
O tratamento do câncer de pâncreas depende do estágio da doença e do estado geral do paciente. A cirurgia é a única possibilidade de cura, mas só é viável em casos de tumores localizados e operáveis. Quando indicada, a cirurgia pode ser seguida de quimioterapia ou radioterapia.
Nos casos em que o tumor está avançado ou metastático, o foco do tratamento se volta para o controle da doença, alívio dos sintomas e melhora da qualidade de vida. Isso é feito por meio de:
Quimioterapia;
Radioterapia;
Terapias-alvo;
Imunoterapia;
Cuidados paliativos especializados.
Embora nem todos os fatores de risco sejam modificáveis, há maneiras de reduzir o risco da doença:
Não fumar;
Manter um peso corporal saudável;
Praticar atividade física regularmente;
Ter uma alimentação equilibrada, rica em fibras, vegetais e frutas;
Evitar o consumo excessivo de álcool;
Controlar doenças crônicas, como o diabetes e a pancreatite.
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