O que é o câncer de figado
O câncer de fígado ocorre quando as células hepáticas sofrem mutações genéticas que levam a um crescimento descontrolado, formando um tumor. O fígado, um órgão vital localizado na parte superior direita do abdômen, é responsável por diversas funções essenciais, como a filtragem do sangue, a produção de proteínas e a metabolização de substâncias.
Esse tipo de câncer pode ser primário, quando tem origem no próprio fígado, ou secundário (metastático), quando se inicia em outro órgão e se espalha para o fígado. Em ambos os casos, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para o controle da doença e a melhora da qualidade de vida do paciente.
Estatísticas do câncer de fígado
O câncer de fígado é mais prevalente em países da África Subsaariana e do Sudeste Asiático, mas sua incidência tem aumentado globalmente. Nos Estados Unidos, estima-se que, em 2023, cerca de 41.630 novos casos tenham sido diagnosticados. No Brasil, segundo o INCA, são esperados aproximadamente 10.700 novos casos por ano entre 2023 e 2025, sendo mais comum na Região Sul.
No mundo, mais de 900 mil pessoas são diagnosticadas anualmente, e a doença está entre as principais causas de morte por câncer, resultando em mais de 830 mil óbitos por ano.
Fatores de risco para o câncer de fígado
Algumas condições aumentam significativamente o risco de desenvolver câncer hepático, incluindo:
- Infecção crônica pelo vírus da hepatite B ou C;
- Cirrose hepática, causada pelo consumo excessivo de álcool ou doenças crônicas do fígado;
- Doenças hepáticas hereditárias, como hemocromatose e doença de Wilson;
- Diabetes e obesidade, que aumentam o risco de doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA);
- Exposição a aflatoxinas, substâncias tóxicas produzidas por fungos em grãos e castanhas mal armazenados;
- Tabagismo e consumo excessivo de álcool;
- Uso prolongado de esteroides anabolizantes.
Fatores protetores contra o câncer de fígado
Embora alguns fatores de risco sejam inevitáveis, algumas medidas ajudam a reduzir a probabilidade da doença:
- Vacinação contra a hepatite B, disponível no SUS;
- Tratamento adequado das hepatites virais, prevenindo complicações hepáticas;
- Evitar o consumo excessivo de álcool e cigarro;
- Manter hábitos saudáveis, incluindo uma alimentação equilibrada e a prática regular de atividade física.
Tipos de câncer de fígado
O câncer hepático pode se manifestar de diferentes formas, sendo os principais tipos:
- Carcinoma Hepatocelular (CHC) – O tipo mais comum, originado nos hepatócitos (células do fígado), geralmente associado a cirrose e infecções crônicas por hepatite.
- Colangiocarcinoma intra-hepático – Câncer que se desenvolve nos ductos biliares dentro do fígado.
- Hepatoblastoma – Tumor raro que acomete bebês e crianças pequenas.
- Angiossarcoma – Câncer raro que se origina nos vasos sanguíneos do fígado.
Sintomas do câncer de fígado
Nos estágios iniciais, o câncer de fígado pode ser silencioso, dificultando o diagnóstico precoce. Quando os sintomas surgem, podem incluir:
- Perda de peso inexplicável;
- Falta de apetite e fadiga constante;
- Dor ou desconforto na parte superior direita do abdômen;
- Náuseas e vômitos;
- Inchaço abdominal (ascite) e sensação de plenitude;
- Icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos);
- Fezes esbranquiçadas ou com aparência de giz.
Diagnóstico do câncer de fígado
Como os sintomas podem demorar a aparecer, o diagnóstico precoce é um desafio. Em pessoas com fatores de risco, exames periódicos são recomendados para identificar alterações no fígado.
Os principais exames incluem:
- Exames laboratoriais – O teste de alfa-fetoproteína (AFP) pode indicar a presença de tumores hepáticos.
- Exames de imagem – Ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética ajudam a identificar tumores e avaliar sua extensão.
- Biópsia hepática – Um pequeno fragmento do fígado é coletado para análise laboratorial e confirmação do diagnóstico.
- Cirurgia laparoscópica exploratória – Procedimento minimamente invasivo que permite visualizar diretamente o fígado e coletar amostras para exame.
Tratamento do câncer de fígado
O tratamento depende do estágio da doença, do tamanho do tumor e da condição clínica do paciente. As principais abordagens incluem:
Opções curativas (para estágios iniciais)
- Cirurgia (ressecção hepática) – Remoção do tumor quando ele está restrito a uma parte do fígado.
- Ablação térmica – Uso de radiofrequência ou micro-ondas para destruir células cancerosas.
- Embolização – Técnica que bloqueia o fluxo sanguíneo para o tumor, impedindo seu crescimento.
- Transplante de fígado – Indicado para alguns pacientes, eliminando tanto o câncer quanto a doença hepática subjacente.
Tratamentos para estágios avançados
- Imunoterapia – Estimula o sistema imunológico a reconhecer e destruir células cancerígenas.
- Terapia-alvo – Uso de medicamentos que bloqueiam o crescimento do tumor de forma mais específica e eficaz do que a quimioterapia convencional.
- Quimioterapia sistêmica – Ataca células cancerígenas na corrente sanguínea, mas pode causar mais efeitos colaterais.
Nos casos mais avançados, os tratamentos têm o objetivo de prolongar a vida e melhorar a qualidade de vida do paciente, aliviando sintomas e controlando o crescimento do tumor.
Prevenção do câncer de fígado
Evitar fatores de risco e manter um estilo de vida saudável são as melhores formas de prevenção. As principais recomendações incluem:
- Vacinação contra hepatite B para reduzir o risco de infecções crônicas;
- Prevenção contra hepatite C, evitando compartilhamento de agulhas e utilizando preservativos em relações sexuais;
- Moderação no consumo de álcool, prevenindo o desenvolvimento de cirrose;
- Controle do peso e alimentação equilibrada, evitando a doença hepática gordurosa não alcoólica;
- Não compartilhar objetos perfurocortantes e garantir medidas de higiene adequadas em manicures e estúdios de tatuagem.