O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é uma doença que se desenvolve a partir da multiplicação desordenada das células que revestem essa região. Inicialmente, pode permanecer restrito ao colo do útero, mas, se não tratado, pode atingir tecidos próximos e até se espalhar para outras partes do corpo, no que chamamos de metástase.
A principal causa desse câncer é a infecção persistente por tipos oncogênicos do HPV (Papilomavírus Humano). Embora a infecção pelo HPV seja muito comum e, na maioria dos casos, o próprio organismo consiga eliminá-la naturalmente, algumas mulheres podem desenvolver alterações celulares que evoluem para o câncer.
Globalmente, o câncer do colo do útero é o quarto tipo de câncer mais comum em mulheres, com cerca de 570 mil novos casos por ano. No Brasil, é o terceiro câncer mais incidente entre as mulheres, atrás apenas do câncer de mama e do colorretal.
Os dois principais tipos de câncer cervical são classificados de acordo com a célula de origem:
Essa é uma doença de evolução lenta e silenciosa, sem sintomas nos estágios iniciais. Com a progressão, os primeiros sinais podem incluir:
Diante de qualquer um desses sintomas, é fundamental buscar avaliação médica para um diagnóstico preciso.
A detecção precoce é essencial e pode ser feita pelo exame preventivo papanicolau, um teste simples que identifica alterações celulares antes mesmo do câncer se desenvolver.
Caso seja identificada alguma alteração, exames complementares podem ser solicitados, como:
A identificação precoce aumenta significativamente as chances de tratamento bem-sucedido, evitando a progressão da doença.
O tratamento varia conforme o estágio da doença, tamanho do tumor e condições da paciente. As principais abordagens incluem:
Cada caso é avaliado individualmente para garantir a melhor estratégia terapêutica, sempre priorizando a qualidade de vida da paciente.
A prevenção é um dos maiores aliados no combate a essa doença. As principais medidas incluem:
A vacinação contra o HPV é uma estratégia eficaz para reduzir os casos de câncer do colo do útero. No Brasil, a vacina está disponível gratuitamente pelo SUS e deve ser aplicada preferencialmente antes do início da vida sexual.
Apesar de sua eficácia, a cobertura vacinal tem caído nos últimos anos, colocando milhões de jovens em risco. Em 2019, cerca de 87% das meninas entre 9 e 14 anos tomaram a primeira dose da vacina, mas esse número caiu para 75% em 2022. Entre os meninos, a queda foi ainda maior, de 61% para 52% no mesmo período.
A vacina quadrivalente, oferecida pelo SUS, protege contra os tipos de HPV 6, 11, 16 e 18 – sendo os dois últimos responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero. Já a vacina nonavalente, disponível na rede privada, amplia essa proteção para mais cinco tipos de HPV.
Mesmo com a vacinação, o exame preventivo Papanicolau continua sendo essencial, pois a vacina não protege contra todos os subtipos do vírus.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu um plano estratégico para reduzir drasticamente a incidência desse câncer no mundo. As metas incluem:
Se essas metas forem atingidas, espera-se que o câncer do colo do útero se torne uma doença rara e evitável no futuro.
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