Câncer de bexiga
O câncer de bexiga ocorre quando as células que revestem a bexiga urinária começam a crescer descontroladamente, formando um tumor. Se não tratado precocemente, pode se espalhar para outras partes do corpo. Este é um dos cânceres mais comuns do trato urinário e ocupa a sexta posição entre os mais frequentes nos homens. Nas mulheres, embora menos comum, também requer atenção, especialmente em casos de infecções urinárias recorrentes ou exposição a fatores de risco.
O diagnóstico precoce é essencial para um tratamento eficaz e, felizmente, a maioria dos casos é detectada em estágios iniciais, permitindo abordagens menos invasivas e melhores taxas de cura.
Tipos de câncer de bexiga
O câncer de bexiga é classificado de acordo com a célula onde a alteração teve origem:
- Carcinoma de células transicionais (Urotelial) – O mais comum, surge nas células que revestem internamente a bexiga.
- Carcinoma de células escamosas – Pode se desenvolver após infecções crônicas ou irritações prolongadas na bexiga.
- Adenocarcinoma – Tipo raro, originado em células glandulares que podem surgir após inflamações persistentes.
A doença pode ser superficial, quando permanece restrita à camada interna da bexiga, ou invasiva, quando atinge a camada muscular e pode se espalhar para linfonodos e outros órgãos próximos.
Sintomas do câncer de bexiga
O sangue na urina (hematúria) é o sintoma mais comum, podendo ser visível a olho nu ou detectado apenas em exames laboratoriais. Em muitos casos, os primeiros sinais são discretos e indolores, dificultando a percepção do problema.
Além disso, outros sintomas podem estar presentes, como:
- Aumento na frequência urinária;
- Sensação de urgência para urinar;
- Dor ou queimação ao urinar;
- Fluxo urinário fraco ou dificuldade para esvaziar a bexiga completamente.
Esses sinais podem estar relacionados a outras condições, como infecções urinárias ou cálculos renais, por isso, um exame detalhado é essencial para um diagnóstico preciso.
Diagnóstico do câncer de bexiga
Para confirmar a presença de um tumor na bexiga, o médico pode solicitar exames como:
- Análise de urina – Detecta a presença de sangue ou células anormais.
- Cistoscopia – Um pequeno tubo com câmera é inserido na uretra para visualizar a bexiga e, se necessário, coletar material para biópsia.
- Tomografia Computadorizada (TC) ou Ressonância Magnética (RM) – Fornecem imagens detalhadas do trato urinário, auxiliando na avaliação da extensão da doença.
A probabilidade de cura depende do estágio da doença e das condições gerais de saúde do paciente, tornando o diagnóstico precoce um fator crucial no sucesso do tratamento.
Tratamento do câncer de bexiga
O tratamento varia de acordo com o estágio e a agressividade do tumor. A cirurgia é a principal abordagem e pode ser combinada com outros métodos, como quimioterapia e radioterapia, para melhores resultados.
Opções cirúrgicas
- Ressecção Transuretral (RTU) – Procedimento minimamente invasivo, no qual o tumor é removido por via uretral. Indicado para tumores iniciais.
- Cistectomia parcial – Retirada apenas da parte da bexiga afetada pelo câncer.
- Cistectomia radical – Remoção total da bexiga, sendo necessário construir um novo reservatório para armazenar a urina.
Terapias complementares
- Quimioterapia – Pode ser administrada de forma sistêmica (pela corrente sanguínea) ou intravesical (diretamente na bexiga, através de um cateter). Pode ser usada antes da cirurgia (neoadjuvante) ou após (adjuvante) para reduzir o risco de recidiva.
- Radioterapia – Pode ser usada isoladamente ou em combinação com a quimioterapia, especialmente para pacientes que não podem ser submetidos à cirurgia.
Tratamento para tumores músculo-invasivos
Nos casos em que o câncer já atingiu a camada muscular da bexiga, o tratamento padrão inclui:
- Cistectomia radical – Remoção completa da bexiga e reconstrução do trato urinário.
- Linfadenectomia – Retirada dos linfonodos próximos para evitar a propagação do câncer.
A cirurgia robótica e laparoscópica tem se mostrado uma alternativa moderna e eficaz à cirurgia aberta, proporcionando menor tempo de internação, menos complicações pós-operatórias e recuperação mais rápida.
Prevenção do câncer de bexiga
Algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco da doença, especialmente evitando fatores de risco conhecidos:
- Parar de fumar – O tabagismo é o principal fator de risco, responsável por até 70% dos casos. Fumantes têm três vezes mais chances de desenvolver câncer de bexiga.
- Evitar exposição a produtos químicos – Trabalhadores de indústrias de tintas, borracha, combustíveis e cabeleireiros estão mais expostos a substâncias cancerígenas, sendo essencial o uso de equipamentos de proteção.
- Atenção ao uso de medicamentos – Algumas substâncias, como a pioglitazona (usada no tratamento do diabetes), foram associadas a um aumento no risco da doença.
- Monitoramento de infecções urinárias recorrentes e irritações crônicas – Pessoas com infecções frequentes ou cálculos na bexiga devem fazer acompanhamento médico regular.
Fatores de risco não controláveis
Algumas condições podem aumentar o risco de câncer de bexiga, mesmo que não sejam modificáveis:
- Idade – A maioria dos casos ocorre em pessoas com mais de 55 anos.
- Raça – Pessoas brancas têm risco maior de desenvolver a doença, embora as razões ainda não sejam totalmente compreendidas.
- Histórico familiar – Ter parentes próximos com câncer de bexiga pode indicar predisposição genética.